domingo, 31 de março de 2013

Passo Fundo 1x1 Grêmio

Passo Fundo: Bruno Grassi; Jefferson, Mário, Júlio Santos e Xaro; Janderson, Everton Garroni, Chiquinho e Diego Miranda (Marcelão); Branquinho (Léo Mineiro) e João Paulo (Guto). Técnico: Beto Campos.

Grêmio: Marcelo Grohe; Tony, Werley, Bressan e André Santos; Adriano, Souza (Mateus Biteco), Marco Antônio e Guilherme Biteco (Fábio Aurélio); Eduardo Vargas e Kléber (Welliton). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Gols: Eduardo Vargas (GRE - 42'1º) e Diego Miranda (PFU - 30'2º).

Foto: Edu Andrade

PROBLEMÁTICA DA ARTICULAÇÃO

Iniciar uma partida tendo Marco Antônio como articulador principal é ter a certeza de que o maior problema da equipe será, justamente, a falta de criatividade para a armação de jogadas ofensivas. Em Passo Fundo não foi diferente. Sem jogadas trabalhadas no meio-campo, o Grêmio tinha duas possibilidades pelas laterais: Tony e André Santos. Inexplicavelmente a equipe optou pelo lado de Tony, fazendo com que as possibilidades terminassem invariavelmente em cruzamentos altos e sem destino. Equívocos táticos e técnicos que marcaram o empate fora de casa.

REFERÊNCIA DIFERENCIADA

O Grêmio de Passo Fundo foi, pela primeira vez no ano, um time sem centroavante de referência. Nem Barcos, nem Willian José e muito menos Marcelo Moreno: o ataque foi formado por Eduardo Vargas e Kléber. A resposta, talvez surpreendentemente, foi boa. Vargas teve muito boa movimentação e Kléber, mesmo sem o ritmo ideal, conseguiu boas vantagens pessoais sobre a zaga adversárias.

TÁTICA VAI-VAI-VARGAS

Na etapa complementar, o 4-4-2 ficou apenas na teoria. Após as alterações feitas por Luxemburgo, o Grêmio da prática foi o time da "tática vai-vai-Vargas". Apenas o chileno, com investidas individuais e rápidas movimentações, levou perigo ao Passo Fundo. A bola, com Vargas, era bem tratada. Sem ele, não. O restante do ataque gremista claramente foi superado pela defesa adversária.

FÁBIO AURÉLIO DO GRÊMIO

Fábio Aurélio foi apresentado no Grêmio na tarde do dia 4 de junho de 2012. Ao seu lado estava o também recém-contratado Zé Roberto. Muita expectativa e inúmeras dúvidas pairavam sobre ambos: Fábio Aurélio pelo histórico de lesões e Zé Roberto pela idade elevada. Um já há tempos virou "Super Zé", expoente técnico e titular indiscutível. O outro apenas hoje conseguiu estrear. Participou pouco, mas não era possível esperar o contrário. De todo modo, bem-vindo de volta ao futebol, Fábio Aurélio.

VERMELHÃO DA SERRA

Como é bom e bonito ver o Vermelhão da Serra lotado. Mas não nos deixemos enganar: foi a primeira e única vez na temporada. O Passo Fundo não consegue colocar nem mil pessoas no mesmo estádio em jogos contra adversários do interior. É preciso ir o Grêmio - ou o Inter, pode ser - à cidade para que o Vermelhão da Serra tenha um bom público. É a força inenarrável da Dupla em todas as praças do estado. Mas, ao mesmo tempo, é o enfraquecimento nítido do futebol no interior gaúcho. Um dia tivemos um Gauchão interessante, mas isso já faz tempo.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Haroldo de Souza, comentários deste que vos escreve, reportagem de César Fabris e plantão de Kalwyn Corrêa.

Internacional 2x0 Esportivo

Internacional: Muriel; Gabriel, Rodrigo Moledo (Romário), Juan e Fabrício; Airton (Otávio), Josimar, Dátolo e D'Alessandro; Caio (Rafael Moura) e Leandro Damião. Técnico: Dunga.

Esportivo: Fabiano; Erick, Ediglê, Victor e Raone; Fábio Oliveira, Mateus, Rafael Bittencourt (Gabriel) e Paulo Josué; Gilian (Lucas) e Léo (Juliano). Técnico: Luís Carlos Winck.

Gols: Caio (INT - 45'1º) e D'Alessandro (INT - 14'2º).

Foto: Alexandre Lops

DOIS JOGOS EM UMA PARTIDA

Podemos tranquilamente dividir Internacional x Esportivo em dois capítulos, sendo a expulsão - justa - de Ediglê o marco entre eles. No jogo com as duas equipes completas, o time de Bento Gonçalves finalizara seis vezes - sendo duas na trave de Muriel - contra quatro dos colorados e o placar era virgem. Após ficar sem seu zagueiro pelo lado direito, o técnico Luís Carlos Winck viu-se obrigado a retirar um jogador de frente e praticamente assinou uma derrota previsível. A partir de então o Inter chutou 15 vezes e o Esportivo apenas três. Só não virou goleada porque o goleiro Fabiano viveu uma noite inspirada.

MARCAÇÃO DO ESPORTIVO

Muito correta a marcação proposta pelo técnico Luís Carlos Winck. D'Alessandro era vigiado de perto ora por Fábio Oliveira e ora por Victor. As demais peças ofensivas do Inter sofriam com a marcação por zona do time serrano. Apenas o próprio D'Ale conseguia, vez que outra, uma movimentação inteligente capaz de desarmar o sistema defensivo de Winck. Com a bola, o Esportivo apostava no atacante Gilian posicionado às costas de Fabrício, obrigando Juan a sair para a cobertura e expondo Rodrigo Moledo, dentro da área, contra um ou dois adversários. Isso, obviamente, antes da expulsão de Ediglê e da saída de Léo.

O INTER DO SEGUNDO TEMPO

Com um jogador a mais, o Inter colocou em campo o que há de mais correto no futebol: valorização da posse de bola. Consciente de sua superioridade, o time colorado apenas aguardou os espaços surgirem para matar o jogo. E assim o fez com D'Alessandro, aos 14 minutos da etapa final, em bela finalização após cruzamento de Caio. O Inter trocou passes incansavelmente e obteve sucesso. É assim que se joga contra os times do interior: mais cedo ou mais tarde, querendo ou não, a oceânica diferença de qualidade aparece.

ARTICULAÇÃO ARGENTINA

D'Alessandro e Dátolo se entendem cada vez mais. O ex-jogador do Espanyol deixou de ser aquele meia aberto pelo flanco esquerdo, de jogadas previsíveis e distante da partida. Dátolo agora se movimenta com intensidade notável, chama a marcação, auxilia D'Alessandro na criação das melhores jogadas do Inter de Dunga. Discutamos a justiça ou não disso, mas Fred, assim que retornar, deve vestir o colete laranja e esperar sua vez no banco de reservas.

PRESSÃO NO VALE

No futebol o óbvio algumas vezes pode ser alógico. Cinco mil pessoas são, na essência, cinco mil pessoas, mas não no futebol. Ter cinco mil pessoas no Centenário, onde cabem seis ou sete vezes mais é uma coisa. Ter cinco mil pessoas e lotar o Estádio do Vale é outra. O clima fica distinto, de caldeirão. Campo pequeno, acanhado, intimidatório. É uma pena não ter a capacidade mínima para que se jogue em Novo Hamburgo o Campeonato Brasileiro. Também é uma pena o fato de Caxias do Sul não ter "comprado" a causa do Inter na cidade em 2013.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Fabiano Bernardes, comentários deste que vos escreve, reportagens de João Batista Filho e Henrique Pereira e plantão de Kalwyn Corrêa.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Grêmio 1x2 Cruzeiro RS

Grêmio: Dida (Marcelo Grohe); Pará, Cris, Werley e André Santos; Fernando, Souza (Marco Antônio) e Zé Roberto; Welliton, Kléber e Barcos (Willian José). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Cruzeiro RS: Fábio; Reinaldo, Claudinho, Léo Carioca (Rogério) e Marcelo; Alberto, Almir, Faísca e Jean Paulo (Goiano); Jô e Gian (Maxsual). Técnico: Benhur Pereira.

Gols: Jô (CRU - 14'2º), Welliton (GRE - 22'2º) e Reinaldo (CRU - 28'2º).

Foto: Lucas Uebel

O GRÊMIO DO HUACHIPATO

O Grêmio desta noite somente não foi irreconhecível porque claramente teve o mesmo espírito, na essência do futebol, daquela trágica derrota para o Huachipato. Desatento em todos os setores, o time não imprimiu ritmo algum e perdeu com absoluto merecimento. Marcelo Grohe falhou, a zaga não correspondeu, o meio-campo sucumbiu à marcação cruzeirista e o ataque esteve irreconhecível. O time de Luxemburgo não pode jogar simplesmente quando quiser. Mas é justamente o que acontece nesse 2013.

A DEZ PARA BENHUR

O Cruzeiro funcionou na noite fria da Arena muito graças ao excelente trabalho de Benhur Pereira. Com uma visão extraordinária daquilo que Luxemburgo iria propor, Benhur teve a grandeza de admitir a inferioridade técnica de sua equipe e armar o Cruzeiro priorizando os setores de marcação. A tríade de volantes composta por Alberto, Almir e Faísca esteve impecável e anulou toda e qualquer possibilidade de Zé Roberto chamar o jogo para si. Claudinho e Léo Carioca, dois bons zagueiros, tomaram conta dos três atacantes gremistas. Do meio para frente era simples: apostar no erro do Grêmio. Funcionou.

O OUTRO LADO DO 4-3-3

Contra o Caxias, funcionou. Contra o Cruzeiro, não. O 4-3-3 de Luxemburgo, testado visando o confronto diante do Fluminense, dessa vez mostrou seu outro lado. Não temo em afirmar que esse esquema prejudica Barcos. O argentino precisa auxiliar Zé Roberto, se aproximar dos atacantes de lado - Welliton e Kléber - e ao mesmo tempo ingressar na área para ser o finalizador da equipe. São múltiplas funções que Barcos até sabe fazer, tem qualidade, mas nem de perto consegue ser o "facilitador" de jogadas, como o próprio Zé Roberto chegou a referir.

FIM DA PACIÊNCIA

César Fabris e João Batista Filho, repórteres da Rádio Grenal, chamaram a atenção para um fato decisivo para a temporada do Grêmio: a torcida perdeu definitivamente a paciência com Willian José e Welliton. Dois atacantes indicados por Luxemburgo, um inclusive que marcou o gol na noite de hoje, já não tem aceitação alguma após três meses de temporada. Isso é sintomático. As vitórias mascaram más atuações individuais, as derrotas, não. Caso não mostrem futebol, Cris e Marco Antônio são os próximos.

CAMISA PARA SEMPRE

Frase de Dirceu de Castro, presidente do Cruzeiro: "fiz questão de entrar no vestiário e dizer que os jogadores podem guardar as camisetas, guardá-las e levarem para casa, de recordação". Ele completa dizendo que "o Cruzeiro fez história, foi o primeiro time gaúcho e brasileiro a bater o Grêmio na Arena". Verdade. O heroísmo do clube, sob a batuta de Benhur Pereira, rendeu esse feito histórico. Se os mandantes foram apáticos, os cruzeiristas não tem nada com isso.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Haroldo de Souza, comentários deste que vos escreve, reportagens de César Fabris e João Batista Filho e plantão de Kalwyn Corrêa.

São José RS 0x0 Internacional

São José RS: Vitor; Thiago Matos, Gustavo, Everton e Diego Rocha; Maicon (Goiano), Cléber Oliveira, Bruno e Hugo (Aldair); Luisinho (Lucas Gaúcho) e Henrique. Técnico: Agenor Piccinin.

Internacional: Muriel; Gabriel, Alan, Romário e Fabrício; Airton, Josimar, Vitor Júnior e Dátolo; Gilberto (Caio) e Leandro Damião. Técnico: Dunga.

Foto: Alexandre Lops

ARGENTINO NA FUNÇÃO DE ARGENTINO

O substituto de D'Alessandro foi Dátolo. Acostumado a jogar pela meia esquerda, algumas vezes quase de ponta, Dátolo viu-se obrigado a atuar mais centralizado, organizando as jogadas e sendo o carimbador das investidas coloradas. Não foi mal, pelo contrário. O gringo apareceu para o jogo, finalizou com muito perigo contra o gol de Vitor - especialmente no segundo tempo - e mostrou a Dunga que pode, eventualmente, substituir o referencial técnico da equipe em alguns momentos.

FIRMEZA DA GURIZADA

Alan e Romário foram dois grandes destaques do Inter no empate sem gols diante do São José no Passo D'Areia. Demonstraram frieza, segurança e maturidade no comando da defesa colorada. Romário apagou parcialmente as más impressões deixadas na temporada passada. Alan, mais uma vez, deu conta do recado, inclusive sendo eleito o melhor jogador da partida pela equipe da Rádio Grenal - incluindo o voto deste comentarista.

MERITOCRACIA

Esta palavra "difícil" utilizada por Dunga algumas vezes para explicar as chances a determinados jogadores é justamente aquela que melhor define o espaço conquistado por Caio. Ele começou na reserva, é verdade, mas assim que ingressou na etapa final já provou que está à frente de Gilberto. O "Cangaceiro" mais uma vez decepcionou, o que aliás, infelizmente, já é rotina nos jogos do Inter. Já Caio, em contrapartida, voltou a demonstrar seu futebol objetivo e impetuoso. É questão de tempo - se é que essa hora já não chegou - de se firmar como principal opção de banco para o titular Forlán.

O INÍCIO, O FIM E O MEIO

É séria a preocupação que tenho com o futuro do atacante Lucas Gaúcho. Era tido como um dos grandes centroavantes brasileiros num futuro próximo quando atuava nas categorias de base do São Paulo. Deixou de ser "apenas promessa" quando subiu as profissionais, não confirmando tudo aquilo que se dizia enquanto menino. Atuou na base também da Seleção Brasileira e não conseguiu destaque. Após rescindir seu contrato no Morumbi, girou por Portuguesa, Espanyol de Barcelona, Luverdense até parar no Zequinha. Hoje já é reserva de Henrique. Será Lucas Gaúcho mais uma daquelas eternas promessas do mundo da bola? Começo a temer que sim.

QUEREM MÍDIA

Não sei o que passou na cabeça de meia dúzia de pessoas - simpatizantes, dizem - que estavam na área destinada à torcida do São José. Durante as entrevistas coletivas após o jogo, se debruçaram no alambrado do Passo D'Areia e passaram a gritar contra a imprensa, acusando-a de priorizar a Dupla Grenal e não dar valor ao Zequinha. Ora, concordo que é um clube importante no cenário gaúcho, centenário e de valor relevante para a cidade, mas daí a querer rivalizar com Internacional e Grêmio? Surrealismo, convenhamos.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Fabiano Bernardes, comentários deste que vos escreve, reportagens de César Fabris e João Batista Filho e plantão de Kalwyn Corrêa.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Brasil 1x1 Rússia

Brasil: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Fernando, Hernanes, Oscar (Hulk) e Kaká (Diego Costa); Neymar e Fred. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Rússia: Gabulov; Anyukov (Kombarov), Vasily Berezutsky, Ignashevich e Yeshchenko; Glushakov, Shirokov e Fayzulin; Bystrov (Shatov), Kokorin (Zhirkov - Grigoriev) e Kerzhakov. Técnico: Fabio Capello.

Gols: Fayzulin (RUS - 27'2º) e Fred (BRA - 44'2º).

Foto: Vander Roberto

MEIAS DISTANTES

Finalmente Oscar e Kaká foram testados como meias titulares da Seleção Brasileira. Entretanto, para infelicidade da equipe, tiveram atuações apagadas. Jogaram distantes, o que foi fundamental para as exibições nada convincentes de ambos. Sigo com o pensamento de que esta será a dupla de armadores titular na Copa do Mundo, embora necessitem de entrosamento. Um 4-4-2 com quadrado no meio-campo distanciou os jogadores, o que implica diretamente na falta de munição para o comando de ataque.

MARCAÇÃO RUSSA À ITALIANA

Os russos não negam que são treinados pelo italiano Fabio Capello. Com sistema de marcação forte, tanto por zona quanto individualmente, a forte zaga da Rússia conseguiu anular grande parte das investidas brasileiras. Fabio Capello tem méritos nisso. A defesa ainda não sofreu gols nas eliminatórias da Europa para a Copa do Mundo, por exemplo.

MOVIMENTAÇÃO E INTELIGÊNCIA

Impressionante a constante movimentação do meia Fayzulin, autor do gol russo na segunda-feira fria de Londres. O jogador do Zenit imprimiu constantes movimentos que desconcentraram a marcação dos volantes e dos zagueiros brasileiros. Outro que chamou atenção foi Kerzhakov, centroavante goleador do mesmo Zenit. Este, com extrema inteligência dentro demonstrada dentro de campo, conseguiu abrir espaços para os avanços dos companheiros vindos do meio. Quando sai da área para buscar o jogo, o faz com qualidade.

THIAGO SILVA E DAVID LUIZ

Mauro Galvão, em entrevista concedida à equipe da Rádio Grenal antes da partida, teve a sabedoria de afirmar que "zaga boa é aquela que passa tranquilidade ao time". Pois não resta dúvida que Thiago Silva e David Luiz são dois excelentes zagueiros. Entretanto, como diz Galvão, não conseguiram passar essa segurança ao restante da equipe. É evidente que isso só acontecerá depois de entrosamento e continuidade, mas em Stamford Bridge o que se viu foram dois grandes defensores perdidos entre si.

BAGUNÇA TÁTICA

Impossível definir taticamente o modo com que o Brasil atuou nos últimos 15 minutos. Um aglomerado de atacantes batendo cabeça ao redor da área - Neymar, Diego Costa, Hulk e Fred -, auxiliados por um volante - Fernando - e uma espécie de meia - Hernanes. Além deles, Daniel Alves e Marcelo avançavam pelos flancos, vez por outra com o auxílio do "zagueiro" David Luiz. Thiago Silva ficava na sobra. O empate aos 44 do segundo tempo veio na base do abafa, não da organização. O que não deixa de ser preocupante tendo a Rússia como adversária.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Thiago Suman, comentários deste que vos escreve, reportagem de Rafael Pfeiffer e plantão de Kalwyn Corrêa.

domingo, 24 de março de 2013

Santa Cruz RS 0x3 Internacional

Santa Cruz RS: Vizzotto; Teda, Sidraílson e Héverton; João Neto, Diego Teles, Léo Maringá, Cleiton (Saldanha), Fabinho (Lucas Sotero) e Gabriel Ganzen (Baroni); Lucas Silva. Técnico: Tonho Gil.

Internacional: Muriel; Gabriel, Rodrigo Moledo, Juan e Fabrício; Airton (Vitor Júnior), Josimar, Fred (Dátolo) e D'Alessandro; Caio (Otávio) e Leandro Damião. Técnico: Dunga.

Gols: Héverton (INT, contra - 11'1º), Vitor Júnior (INT - 36'2º) e D'Alessandro (INT - 40'2º).

Foto: Miguel Noronha

DISPARIDADE TÉCNICA

O jogo não foi bom e a atuação do Inter não foi convincente. Mesmo assim goleou o Santa Cruz nos Plátanos por 3x0. O nível técnico do Gauchão já não é bom, e infelizmente para a comunidade de Santa Cruz do Sul a equipe local está entre as piores do certame. Já passou a hora de revermos essa situação: será que não vale mais a pena para um time como o Inter utilizar os primeiros meses do ano para torneios amistosos mundo afora?

A MOBILIDADE DE CAIO

Dos reforços trazidos pelo Inter em 2013 nenhum parece tão promissor quanto Caio. O atacante é extremamente importante por sua versatilidade no setor ofensivo: atua centralizado, pela direita e pela esquerda com naturalidade e bom futebol. Participou diretamente do primeiro gol ao tocar de calcanhar para Leandro Damião, por exemplo. Caio tem as características necessárias para ser um complemento fundamental a Forlán e ao próprio Damião.

SOLIDEZ DEFENSIVA

Dunga conseguiu em dois meses algo que Dorival Júnior e Fernandão tentaram e não obtiveram sucesso: montar uma equipe sólida defensivamente. Gabriel e Fabrício atacam bastante, mas são conscientes quanto a alternância dos avanços: enquanto um vai, outro fica. Airton e Josimar fazem um balanceamento na contenção de meio-campo bastante interessante. Rodrigo Moledo e Juan, entretanto, são as principais peças desse sólido e competente sistema de marcação.

A VELOCIDADE DE OTÁVIO

Que boa surpresa esse garoto Otávio. Ingressou muito bem na equipe, correu, abriu espaços, finalizou e participou ativamente de dois gols. No 2x0 foi ele quem iniciou a jogada que resultou no gol de Vitor Júnior. No terceiro, sofreu o pênalti que foi convertido por D'Alessandro. Dunga aposta muito em Otávio, que começa a mostrar os motivos dessa confiança do comandante colorado.

É PRECISO ARRISCAR

O Inter de domingo repetiu o Grêmio de sábado: dominou amplamente seu adversário, demonstrou aquilo que todos sabiam, ou seja, a superioridade técnica, mas não finalizou. Os colorados só incomodaram Vizzotto nas raras combinações de Caio com Leandro Damião e quando Otávio entrou em campo e conseguiu, através de sua movimentação, abrir espaços na zaga do Galo Carijó.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Thiago Suman, comentários deste que vos escreve, reportagem de César Fabris e plantão de Kalwyn Corrêa.

Grêmio 2x0 Caxias

Grêmio: Dida; Pará, Cris (Bressan), Werley e Guilherme Biteco; Adriano (Elano), Souza e Zé Roberto; Welliton (Marco Antônio), Kléber e Barcos. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Caxias: Ânderson; Luís Felipe (Michel), Jean, Lino e Victor (Lucas Galvão); Marcelo Carvalho, Paraná, Alisson e Renato Medeiros (Karl); Zambi e Rafael Santiago. Técnico: Picoli.

Gols: Kléber (GRE - 16'1º) e Kléber (GRE - 36'2º).

Foto: Lucas Uebel

O 4-3-3 DA LIBERTADORES

Com a atuação desta noite de sábado o atacante Kléber se credencia para ser o substituto de Elano, suspenso, na partida contra o Fluminense pela Libertadores. O Gladiador voltou a ser aquele jogador do Gauchão do ano passado, aquele que não se intimida com a defesa adversária e utiliza seu futebol para vencê-la. Não vira de costas visando apenas cavar faltas, como fazia no segundo semestre de 2012. Kléber voltou a ser, portanto, o Gladiador que sempre foi acostumado.

SOLUÇÃO NA JUVENTUDE

A solução para os problemas defensivos apresentados pelo Grêmio nesse início de temporada me parece estar no grupo. Bressan, o garoto vindo do Juventude, tem no nome do ex-clube a característica que inicia as suas virtudes. Tem a mobilidade de jovem e o fôlego de guri contrastando com a personalidade de um consagrado. Muita calma com ele, mas parece que nele o Grêmio tem um zagueiro capaz de ser titular em bem pouco tempo. Já mostrou mais do que Cris.

O PRAZO DE VALIDADE DE UMA REVELAÇÃO

Sempre que solicitado, mesmo fora de posição, Guilherme Biteco correspondeu. Atuou muito bem como ala e também tem papel de destaque atuando como lateral esquerdo - sua posição de origem é meia. Contudo, o garoto tem prazo de validade em Porto Alegre: já está vendido e parte, em dezembro, para o Hoffenheim da Alemanha. Uma pena para os gremistas, que sem dúvida alguma tem pouco tempo para observar as qualidades do jovem. Deixará um irmão mais novo na cidade e no Grêmio, Matheus Biteco, sobre quem aliás ouve-se maravilhas.

QUEM NÃO CHUTA NÃO FAZ GOL

É com essa velha máxima do futebol que podemos resumir a atuação do Grêmio diante do Caxias. Os comandados de Luxemburgo dominaram o jogo, tiveram ampla maioria na porcentagem da posse de bola, deixaram claro desde o primeiro minuto que são amplamente superiores ao Caxias mas não souberam traduzir a nítida vantagem em gols. O 2x0 até foi justo, embora o placar pudesse até ser uma goleada. O principal problema do Grêmio foi a falta de finalização, dez contra oito dos caxienses no jogo. Desperdiçou chances de conclusão para ao menos dobrar a marca. O toque de bola imperou em relação às tentativas de chute.

FAROFADA

É definitivamente alarmante a situação do futebol no interior gaúcho. O Caxias, sem dinheiro para hospedagens em Porto Alegre, viajou de ônibus às 17h para o jogo das 21h e retornou do mesmo modo logo após a partida. Uma pena. Os salários estão atrasados em dois ou três meses, dependendo do jogador e os direitos de imagem não são pagos há cinco meses. Não há muito para esperar do clube na Série C do Brasileirão. Infelizmente. A temporada de 2014, ano da Copa do Mundo no país, novamente se avizinha sem gaúchos na segunda divisão nacional.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Haroldo de Souza, comentários deste que vos escreve, reportagens de Rafael Pfeiffer e Henrique Pereira e plantão de Kalwyn Corrêa.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Brasil 2x2 Itália

Brasil: Júlio César; Daniel Alves, David Luiz, Dante e Filipe Luís (Marcelo); Fernando, Hernanes (Luiz Gustavo) e Oscar (Kaká); Hulk (Jean), Neymar e Fred (Diego Costa). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Itália: Buffon; Maggio, Barzagli, Bonucci e De Sciglio (Antonelli); De Rossi (Diamanti), Pirlo (Cerci), Montolivo e Giaccherini (Poli); Balotelli (Gilardino) e Osvaldo (El Shaarawy). Técnico: Cesare Prandelli.

Gols: Fred (BRA - 32'1º), Oscar (BRA - 41'1º), De Rossi (ITA - 8'2º) e Balotelli (BRA - 11'2º).

Foto: Denis Balibouse

SOBRECARGAS

Muito difícil um meio-campo formado por Fernando, Hernanes e Oscar funcionar sem laterais marcadores. O que se viu em Genebra não foi diferente. Fernando tentava se multiplicar para cobrir os espaços deixados tanto por seus companheiros de setor quanto pelos laterais Daniel Alves e Filipe Luís. Não conseguiu. A jornada do gremista foi apagada, discreta.

DESENVOLTURA ITALIANA

Pirlo é daqueles jogadores que nós gostamos de comparar com o vinho: quanto mais velho, melhor. Impressionante a técnica do italiano de 33 anos. Joga de cabeça erguida, marca de forma competente e sai para o jogo como poucos volantes no futebol mundial. Atuou somente 45 minutos, é verdade, mas como de praxe teve uma atuação irreparável.

A ASTÚCIA DE PRANDELLI

Perdendo por 2x0, o técnico Cesare Prandelli resolveu ousar no intervalo: colocou El Shaarawy e Cerci, mas inexplicavelmente sacou Pirlo do time. E deu certo. Inteligentemente o comandante italiano bloqueou os avanços de Daniel Alves e Filipe Luís fixando El Shaarawy às costas do lateral do Barcelona e Cerci atrás do até então tranquilo jogador do Atlético de Madrid. Bastaram onze minutos com essa formação e os italianos já controlavam o jogo. Méritos a Prandelli.

FELIPÃO MEXE MAL

Se o comandante italiano usava a perspicácia para alterar o panorama do jogo, não podemos dizer o mesmo de Felipão na noite fria de Genebra. O técnico brasileiro demorou, mas acertou ao promover o ingresso de Kaká, todavia cometeu o equívoco de tirar Oscar. Seria bom vê-los juntos, Kaká e Oscar na organização de meio-campo. Muitos minutos se passaram até que Felipão se desse conta do aproveitamento ruim de Hulk na partida. Quando sacou o avante do Zenit, o fez para dar lugar ao volante Jean. Erros que podem ter custado a vitória.

O GOLEIRO DA SELEÇÃO

Júlio César pode não ser o melhor goleiro brasileiro em atividade no futebol hoje em dia, mas certamente suas defesas incríveis contra a Itália o credenciaram a isso. Foram quatro ou cinco intervenções importantíssimas e de extrema dificuldade do arqueiro do QPR. Não fosse por ele temo que o resultado fosse favorável aos italianos. Que partida magnífica de Júlio César.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Thiago Suman, comentários deste que vos escreve, reportagem de Henrique Pereira e plantão de Kalwyn Corrêa.

sábado, 16 de março de 2013

Grêmio 2x0 Lajeadense

Grêmio: Dida; Pará, Werley, Cris e André Santos; Fernando (Adriano), Souza, Zé Roberto e Elano (Kléber); Eduardo Vargas (Welliton) e Barcos. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Lajeadense: Eduardo Martini; Márcio Gabriel (Leandro), Micael, Gabriel e Márcio Goiano; Rudiero, Reinaldo, Renan e Moisés (Mineiro); Rafael Aidar e Jandson. Técnico: Flávio Campos.

Gols: Zé Roberto (GRE - 30'1º) e Zé Roberto (GRE - 22'2º).

Foto: Edu Andrade

O SUPER ZÉ

É impressionante o que consegue jogar Zé Roberto mesmo com 38 anos. Merece, sim, uma chance na Seleção Brasileira. Atuando nesse nível por mais um ano pode - e deve - ser um acréscimo na Copa do Mundo de 2014. Marca com intensidade notável e organiza jogadas com uma capacidade imensa de recursos técnicos.

GLADIADOR NA ARENA

Contratado ainda em dezembro de 2011 para ser o "Gladiador da Arena", Kléber estreou na nova casa gremista apenas hoje. E estreou bem. Ingressou na etapa complementar, conseguiu dar sequência às jogadas ofensivas pelo seu lado esquerdo e deixou este que vos escreve com uma impressão clara: será ele o substituto de Elano, suspenso, na partida contra o Fluminense pela Libertadores.

MOVIMENTAÇÃO OFENSIVA

Eduardo Vargas e Barcos tiveram boa movimentação na partida. O pecado tático é que, especialmente na primeira etapa, jogaram longe um do outro. Isso foi preponderante para que o Grêmio não conseguisse, em alguns momentos, reter a bola no campo ofensivo. Uma breve orientação de Luxemburgo basta para corrigir o problema.

O MILAGRE DE MARTINI

Eduardo Martini praticou uma defesa impressionante nesse jogo da Arena. Barcos driblara um zagueiro do Lajeadense e a finalização saiu forte e no canto, mas sabe-se lá como o goleiro chegou na bola. Chamou a atenção. Uma defesa simplesmente incrível de Martini.

MÚLTIPLAS FUNÇÕES DE PARÁ

Pará é tratado por muitos como "o furo do Grêmio", um pensamento que discordo veementemente. Hoje o lateral direito, que tem a marcação como principal característica, foi importante na construção do primeiro gol por entrar em diagonal na grande área e achar um belo passe para Zé Roberto. Teve atuação segura e foi intransponível na guarnição de sua zona do campo.

O FIM DA INVENCIBILIDADE

E caiu o último invicto do Gauchão. Para os padrões do estadual é um bom time, esse Lajeadense. Eduardo Martini é bom goleiro, os zagueiros Micael e Gabriel são de grande importância no cenário regional, Márcio Gabriel até Brasileirão jogou e ainda tem mais dois ou três bons valores. Flávio Campos tem uma boa equipe em mãos e realiza bom trabalho.

A MANSÃO DO HUMAITÁ

A Arena está cada vez melhor mas ainda não está pronta. Na chegada já pude observar um elevador que não estava funcionando. O gramado está melhor, pronto, pode-se dizer - exceto a faixa lateral próxima às áreas técnicas que me parecem não pegar sol. Mas devo fazer a ressalva: um cachorro quente por R$ 14,00 é uma demasia. Não dá.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Haroldo de Souza, comentários deste que vos escreve, reportagens de César Fabris e Henrique Pereira e plantão de Kalwyn Corrêa.