quinta-feira, 25 de julho de 2013

São Paulo 0x1 Internacional

São Paulo: Rogério Ceni; Paulo Miranda, Lúcio, Rafael Tolói e Douglas; Denílson, Rodrigo Caio, Jadson e Paulo Henrique Ganso (Maicon); Osvaldo (Aloísio) e Luís Fabiano (Ademílson). Técnico: Paulo Autuori.

Internacional: Muriel; Ednei (Fabrício), Ronaldo Alves, Juan e Kléber; Willians, Josimar, Jorge Henrique e D'Alessandro; Forlán (Alan Patrick) e Leandro Damião (Caio). Técnico: Dunga.

Gol: Leandro Damião (INT - 13'1º).

Foto: Alex Silva

LUCIDEZ E SERENIDADE

Surpreendeu a lucidez do Internacional. Jogando de cabeça erguida, o time colorado passou grande parte do jogo tendo o controle sobre ele - mesmo quando não tinha a posse de bola. Demonstrando um bom repertório de jogadas treinadas, os comandados de Dunga se lançam cada vez mais como candidatos ao título do Campeonato Brasileiro.

A DUPLA DE ZAGA

A amostragem é pequena - apenas dois jogos - mas Ronaldo Alves e Juan formam e melhor dupla de zaga possível dentro do elenco colorado. Índio é bom defensor, sim, mas atuando ao lado de Juan o setor perde muito em vitalidade. Com a atual formação o Inter disputou 180 minutos e não sofreu gols.

O TERMÔMETRO DE INTENSIDADE

Não há dúvidas que o grande centralizador de jogadas do time colorado é D'Alessandro. Mas cada vez fica mais nítido que o termômetro de intensidade da equipe é o recém chegado Jorge Henrique. Pela esquerda, pela direita, no centro - dando assistência para o gol de Leandro Damião -, armando ou defendendo, o polivalente se destaca pela movimentação. Começou de meia, chegou a ser atacante e terminou o jogo como lateral direito.

REFORÇOS DE PESO

O time está engrenando, ganhando corpo e tomando forma, mas não nos esqueçamos que ainda há Alex e Scocco. São nomes que agregam qualidade, experiência e variação de características no plantel colorado. Não há dúvidas que o Inter fica mais forte.

SÃO PAULO EM CRISE

O atual momento do São Paulo é ridículo - o torcedor sabe disso e concorda. São onze jogos sem vencer, oito derrotas seguidas e a indigesta 16ª posição na tabela. Rogério Ceni definiu o campeonato do clube daqui para frente da seguinte forma: "há anos em que você joga para vencer, há anos em que você joga para se salvar". Ele próprio concluiu: "esse ano o São Paulo vai jogar para tentar se salvar". Verdade. A sorte está lançada.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Thiago Suman, comentários deste que vos escreve, reportagem de César Fabris e plantão de Kalwyn Corrêa.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

América MG 1x1 Internacional

América MG: Matheus; Leandro Silva, Gualberto, Vitor Hugo e Danilo (Bryan); Claudinei, Andrei, Kaio (Fábio Júnior) e Rodriguinho; Willians (Laércio) e Tiago Alves. Técnico: Paulo Comelli.

Internacional: Muriel; Gabriel, Índio (Jackson), Ronaldo Alves e Kléber (Rafael Moura); Willians, Josimar, Fabrício e D'Alessandro; Forlán (Airton) e Jorge Henrique. Técnico: Dunga.

Gols: Ronaldo Alves (AME, contra - 13'2º) e D'Alessandro (INT - 24'2º).

Foto: Paulo Fonseca

MUITO POUCO

Ainda no primeiro tempo, Muriel fazia cera e recebia cartão amarelo. O Inter não jogava "com o regulamento embaixo do braço", mas temia o adversário inferior tecnicamente. Pior do que isso, sabia que o América MG atacava e levava perigo. Não condiz com a história e a tradição do Internacional administrar um jogo contra um time de Série B da forma com que fez em Belo Horizonte. O time colorado ainda levou duas bolas na trave. É muito pouco.

MEIO-CAMPO COLORADO

Willians, Josimar, Fabrício e D'Alessandro formaram o setor. Willians, sobrecarregado na marcação, pouco pode fazer contra o inspirado Rodriguinho e os adversários que chegavam contra sua região. Josimar e Fabrício, perdidos no esquema tático, não sabiam quando marcar e quando atacar. D'Alessandro, automaticamente, teve de armar sozinho as jogadas de ataque. O meio-campo é uma faixa que precisa de reparos imediatos do técnico Dunga - que, justiça seja feita, tem poucas peças para trabalhar.

SEM CENTROAVANTE

Mais uma vez o técnico Dunga optou por uma formação sem um jogador de referência no comando do ataque. Decididamente as chances para Rafael Moura terminaram. No jogo de ida, Maurides teve uma conclusão e fez seu gol. No jogo do Independência, o tento saiu após pivô do pequeno Jorge Henrique. Funções que He-Man deveria desempenhar caso contasse ainda com alguma admiração por parte daqueles que pensam o futebol do Colorado.

REFORÇOS

Scocco é o reforço mais próximo. Argentino, é um centroavante de mobilidade, ou seja, não é um trombador e tampouco atua centralizado. Ao contrário, se movimenta, cria espaços e sai bastante da área. É bem-vindo, caso Damião saia. Mais urgente, entretanto, é a contratação de um meia para dividir com D'Ale a armação de jogadas. Alex, atualmente no futebol árabe, é o nome pretendido. Belo jogador que cairia como uma luva no time titular do Internacional. Para ontem...

RODRIGUINHO

O meia Rodriguinho, 25 anos, foi o grande destaque do América MG nesses 180 minutos contra o Internacional. E acaba de receber uma sondagem justamente do time gaúcho - o Santos também pediu à diretoria do clube mineiro informações sobre ele. Vi pouco, apenas justamente essas duas partidas, mas gostei. Jogador habilidoso, de vitória pessoal, que demonstra criatividade em momentos importantes. Dois jogos é pouco para uma avaliação definitiva, mas sem dúvida é o nome de destaque do América MG.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Thiago Suman, comentários deste que vos escreve, reportagem de César Fabris e plantão de Kalwyn Corrêa.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Grêmio 2x1 Botafogo

Grêmio: Dida; Pará, Werley, Bressan e Alex Telles; Adriano, Souza (Matheus Biteco), Zé Roberto e Elano (Maxi Rodríguez); Eduardo Vargas (Cris) e Kléber. Técnico: Renato Portaluppi.

Botafogo: Jefferson; Lucas (Gilberto), Bolívar, Dória e Júlio César; Marcelo Mattos, Renato, Vitinho (Henrique), Seedorf e Lodeiro (Elias); Rafael Marques. Técnico: Oswaldo Oliveira.

Gols: Eduardo Vargas (13'1º), Seedorf (19'1º) e Eduardo Vargas (33'1º).


Foto: Wesley Santos

ATAQUE GREMISTA

O grande nome do jogo foi Eduardo Vargas, autor de dois gols. Kléber também foi destaque, especialmente na comparação com o que ele próprio vinha jogando. É nítida que a evolução do setor tem a mão de Renato Portaluppi. O chileno, com liberdade de movimentação, pode perambular por todos os espaços ofensivos, criando oportunidades consideráveis para o ataque gremista. O "Gladiador", posicionado como um "falso nove", conseguiu fazer pivôs fora da grande área, armar jogadas e contribuir para os gols do companheiro. Sem Luxemburgo, os ânimos e a disposição mudaram para melhor.

OUTROS DESTAQUES

Zé Roberto fez um grande primeiro tempo, sendo o carimbador de bolas da equipe. Não houve ataque em que a bola não passasse pelos pés do meia. Defensivamente, destaque para o seguro Bressan. O jovem zagueiro passou os noventa minutos invicto nas bolas pelo alto. Mas depois de Eduardo Vargas, o grande nome do Grêmio na tarde chuvosa de domingo foi Alex Telles. Soberano na lateral esquerda, tomou conta da posição com maturidade incomum para um jovem de 20 anos.

SEEDORF E O BOTAFOGO

Que golaço, o marcado por Seedorf. Um jogador claramente muito, mas muito acima da média. É bom vê-lo jogar, tudo parece mais fácil. O Botafogo tem bom time - se mantiver os salários em dia e contratar um centroavante pelo menos razoável, briga pelo título -, mas o principal nome sem dúvida é Clarence Seedorf, 37 anos.

VITÓRIA LEGAL

O segundo gol do Grêmio foi legal, mesmo tendo o auxiliar Marcelo Van Gasse levantado sua bandeira para anulá-lo - o árbitro, Paulo César de Oliveira, corretamente não o acompanhou. Quem estava impedido era Kléber, que não participou do lance. O juiz é soberano em qualquer jogada, não o bandeira. O chileno estava pelo menos três metros em condição legal, ao contrário de Kléber. Gol legal e reclamações infundadas por parte dos cariocas.

O SEGUNDO TEMPO

Não se pode confundir as coisas. O segundo tempo do Grêmio não foi bom. Só o Botafogo atacou - os gremistas finalizaram apenas três vezes em 50 minutos, contra quase uma dezena dos cariocas. Os comandados de Oswaldo Oliveira criaram pelo menos três chances claras de gol contra nenhuma dos mandantes. A etapa complementar teve ares dramáticos e a vitória, por isso, chegou a ser classificada como "heroica". Discordo. Foi merecida, ok, mas podia ser mais tranquila. O qualificado time do Botafogo conseguiu empurrar o Grêmio que, cansado, não teve forças para responder.

A Rádio Galera da Web transmitiu a partida com narração de Regis Ramos, comentários deste que vos escreve, reportagens de Diego Macagnan e Douglas Demoliner e plantão de Eduardo Souza.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Internacional 3x1 América MG

Internacional: Muriel; Gabriel, Índio, Juan e Kléber; Jackson (Jorge Henrique), Josimar, Dátolo e D'Alessandro; Forlán (Maurides) e Rafael Moura (Mike). Técnico: Dunga.

América MG: Matheus; Leandro Silva, Jailton, Vitor Hugo e Danilo; Claudinei, Andrei, Doriva (Leandro Ferreira) e Rodriguinho; Willians (Kaio) e Nikão (Tiago Alves). Técnico: Paulo Comelli.

Gols: Rodriguinho (AME - 40'1º), D'Alessandro (INT - 21'2º), Leandro Ferreira (INT, contra - 23'2º) e Maurides (INT - 43'2º).

Foto: Alexandre Lops

O MEIO-CAMPO DE DUNGA

Com desfalques importantes no setor - Airton, Ygor e Willians, por exemplo -, Dunga viu-se obrigado a improvisar Jackson à frente da dupla de zaga. Não deu certo. O meio-campo em losango proposto pelo Internacional sucumbiu em sua própria incapacidade de articulação. Josimar, pela direita, não teve uma boa jornada. Dátolo, pela esquerda, foi uma das grandes decepções da noite. D'Alessandro, este sim, parecia sozinho na tarefa de furar o bloqueio dos mineiros.

ESTRATÉGIA À MINEIRA

O América MG, fraco tecnicamente, tem apenas um grande destaque individual - Rodriguinho, bom meia. Paulo Comelli, o treinador da equipe, tem todos os méritos de conseguir montar seu time sem centroavante e mesmo assim não perdeu força ofensiva. Willians jogava às costas de Kléber e Nikão, inteligentemente, posicionava-se entre o lateral esquerdo colorado e o zagueiro Juan, ou seja, pegando a bola de frente para o gol.

TIME QUE ERRA

O Inter dos primeiros 45 minutos foi catastrófico. Foi o Inter, em espírito, que perdeu para o Bahia recentemente no mesmo Centenário. Um time que entrou em campo pensando que faria seus gols quando bem entendesse. Ora, não é assim que se faz futebol. Nunca foi. A superioridade técnica, a do papel, precisa ser transferida para a prática, para o campo de jogo. E isso não se faz trocando passes sem objetividade. O primeiro tempo teve uma finalização colorada contra sete dos mineiros. O 0x1 parcial era justo, por incrível que pareça.

FATOR JORGE HENRIQUE

Na volta para o segundo tempo, Dunga promoveu o ingresso de Jorge Henrique no lugar de Jackson, recuando Josimar para a primeira função e colocando o recém contratado como vértice direito do losango de meio-campo. Jorge Henrique mudou o estado anímico do time. Com ele, o Inter passou a jogar futebol, ter jogadas de movimentação e criar espaços na defesa adversária.

TIME QUE ARRISCA

O Inter do segundo tempo em nada lembrou o da primeira etapa. O Inter dos últimos 45 minutos arriscou. Foram sete finalizações contra a meta de Matheus - no primeiro tempo o Inter teve apenas uma conclusão, das quais três delas originaram os gols. O Inter do segundo tempo funcionou, guardadas as limitações técnicas do América MG. Não se faz gol sem arriscar, pena que o Inter demorou para perceber isso - mas sorte que percebeu a tempo da virada.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Thiago Suman, comentários deste que vos escreve, reportagem de César Fabris e plantão de Kalwyn Corrêa.

domingo, 7 de julho de 2013

Atlético PR 1x1 Grêmio

Atlético PR: Weverton; Léo, Manoel, Luiz Alberto e Pedro Botelho; Bruno Silva, João Paulo, Felipe (Marcão), Zezinho (Paulo Baier) e Éverton; Ederson. Técnico: Ricardo Drubscky.

Grêmio: Dida; Moisés, Werley, Bressan e Alex Telles; Adriano, Souza (Cris), Guilherme Biteco (Maxi Rodríguez) e Zé Roberto; Eduardo Vargas (Kléber) e Barcos. Técnico: Renato Portaluppi.

Gols: Pedro Botelho (APR - 31'2º) e Barcos (GRE - 37'2º).

Foto: Heuler Andrey

A PRIMEIRA JOGADA

Aos 24 minutos do primeiro tempo, Souza recebe uma bola pela ponta direita e cruza para cabeceio perigoso do centroavante Barcos. Essa foi a primeira jogada do Grêmio de Renato Portaluppi. No time de Luxemburgo isso jamais iria acontecer. Primeiro porque o meio-campo não atuava em losango - o que explica o volante aberto, auxiliando o lateral direito -, segundo - e principalmente - porque o argentino não jogava dentro da área.

FALTA DE APROXIMAÇÃO

O grande defeito do Grêmio na noite de sábado, em Curitiba, foi a falta de aproximação do meio-campo com o ataque. A mudança no sistema de jogo da equipe faz com que Zé Roberto, por enquanto, fique sobrecarregado na armação. Sim, por enquanto, até que haja entrosamento suficiente para que o restante do setor contribua com o camisa dez.

JOGO FRACO

Não foi uma boa partida. O primeiro tempo foi sofrível na parte técnica. Equívocos individuais, passes errados e falta de atenção dos jogadores de frente foram a tônica dos primeiros 45 minutos. Na etapa final houve uma melhora tanto do Atlético PR quanto do Grêmio, mas de um modo geral o jogo continuou sonolento.

A CARA DO TREINADOR

Em cinco dias nenhum treinador dá "sua cara" para o time, seja ela boa ou ruim. Trejeitos, sim. O Grêmio já tem alguns aspectos básicos das filosofias de Renato, como o meio-campo em losango, mas teremos ainda um bom tempo até que o time tenha o perfil do comandante.

O PRÓXIMO JOGO

Domingo que vem, às 16h, contra o Botafogo, Renato comandará o time pela primeira vez na Arena. Será um jogo para 50 mil pessoas, pelo menos. O adversário, ao contrário do Furacão, é forte, tem bons valores e briga na parte de cima da tabela. Uma partida difícil para um Grêmio em processo de reestruturação. A paciência da torcida será fundamental.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Ciro Götz, comentários deste que vos escreve, reportagem de João Batista Filho e plantão de Kalwyn Corrêa.