quarta-feira, 29 de maio de 2013

Grêmio 3x0 São José (S-20)

Grêmio: Tiago Machowski; Canavarros, Rafael Thiery (Cleílton), Mateus Barbosa e Breno (Marcelo Hermes); Wallace, Guilherme, Éverton Júnior (André Luiz), Lucas Gabriel (Luan Paulista) e Paulinho (Luis Paulista); Lucas Coelho. Técnico: Marcelo Mabília.

São José: Ederson; Rafael (Wendel), Everton, Gustavo e Cássio; Alisson, Felipe (Diego) e Negreiros (Fernando); Deivson (Leandrinho) e Rogério Pato (Rudgullit). Técnico: Tiago Gomes.

Gols: Paulinho (GRE - 41'1º), Éverton Júnior (GRE - 14'2º) e Éverton Júnior (GRE - 19'2º).

Foto: Rodrigo Fatturi

A MOVIMENTAÇÃO DE PAULINHO

A movimentação vertical de Paulinho, atleta trazido do Juventude no início do ano, chamou atenção. Atuando como meia aberto pelo lado esquerdo, o jogador demonstrou objetividade e lucidez nas suas intervenções. Tem uma boa jogada de corte para o meio, assim, mantendo a bola sob o controle do seu pé direito, o preferencial. Características fundamentais de um meia moderno ele tem: sabe compor uma linha de marcação e, poucos segundos depois disso, é capaz de ingressar na área para finalizar.

CENTROAVANTE INTELIGENTE

Que jogador inteligente, esse Lucas Coelho. Tecnicamente não esteve tão bem na tarde instável de terça-feira em Porto Alegre, mas é absolutamente perceptível sua habilidade para movimentos ofensivos. Capitão do time, demonstrou segurança e maturidade. Lucas Coelho conseguiu ser fundamental no primeiro gol mesmo sem tocar na bola, apenas dando dois passos para trás, levando consigo dois zagueiros adversários, e abrindo uma grande área inteira de espaço livre para a infiltração de Paulinho. É um centroavante capaz de pensar no lance adiante, não apenas no óbvio.

UM BOM VOLANTE

Wallace, que, confesso, não conhecia, me agradou. Volante que atua de cabeça erguida, à frente dos zagueiros, e consegue passar tranquilidade aos defensores. Com a bola no pé, não titubeia: dá sequência às jogadas, raramente erra passes e inicia as construções de jogadas do time.

PROBLEMAS DEFENSIVOS

Rafael Thiery tinha um conceito amplamente positivo dentre os responsáveis pelas categorias de base do clube. Não sei se ainda o tem, mas o fato é que a defesa do Grêmio bateu cabeça, mesmo com a goleada. Seu parceiro de zaga, Mateus Barbosa, deixou a desejar, estando claramente abaixo tecnicamente dos demais jogadores da equipe. O lateral direito Canavarros foi incomodado frequentemente por investidas do fraco São José. Breno, o lateral esquerdo, teve algum destaque ofensivo, mas também foi inseguro na marcação.

SEMELHANÇAS

O Grêmio de Marcelo Mabília tem muitas semelhanças no seu modo de atuar com o time principal de Vanderlei Luxemburgo. Éverton Júnior se propõe a fazer aquilo que Eduardo Vargas vem deixando a desejar: investidas em velocidade pelo lado direito. Lucas Gabriel é um meia mais centralizado, enquando Paulinho joga aberto pelo lado esquerdo. A diferença é justamente neste, visto que o sub-20 atua num 4-2-3-1 enquanto o profissional opta pelo tradicional 4-4-2. Outra semelhança: um centroavante inteligente que sai bastante da área. Lucas Coelho e Barcos são assim. Importante: as comparações são em termos de posicionamento, não de qualidade técnica.

A Rádio Galera da Web transmitiu a partida com narração de Henrique Pereira, comentários deste que vos escreve, reportagens de Eduardo Souza e Fagner Grati e plantão de Rafael Passos.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Grêmio 2x0 Náutico

Grêmio: Dida; Pará, Werley, Bressan e Alex Telles; Fernando, Souza, Elano (Guilherme Biteco) e Zé Roberto; Eduardo Vargas (Kléber) e Barcos (Welliton). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Náutico: Felipe; Maranhão, João Filipe, Luiz Eduardo e Josa; Elicarlos, Rodrigo Souto e Martinez; Rogério (Jones Carioca), Caion (Adeílson) e Élton. Técnico: Silas.

Gols: Zé Roberto (GRE - 15'1º) e Elano (GRE - 25'2º).

Foto: Lucas Uebel

A ESCALAÇÃO

O sistema de som do Alfredo Jaconi - casa do Grêmio na tarde agradável de domingo - começava a anunciar a escalação do time. Todos foram aplaudidos, exceto Vanderlei Luxemburgo, extremamente vaiado. Compreensível. O elenco milionário do clube foi indicado e montado por ele, portanto é justo e correto que caia sobre Luxa a responsabilidade principal dos acontecimentos negativos e catastróficos do primeiro semestre. A torcida ainda não engoliu certas predileções do treinador.

UM OUTRO GRÊMIO

Consciente disso, Luxemburgo, pessoa inteligente, sabia mais do que ninguém que o Náutico significava a mais absoluta porta para recomeçar sua vida no Grêmio. Um adversário fraco tecnicamente e o jogo na "casa alugada" dos gremistas. E enfim o Grêmio venceu com uma atuação satisfatória. Ressalva: o Náutico briga para não cair no Brasileirão. Ok, é verdade. Mas também é válido lembrar que 95% dos adversários gremistas na temporada eram muito inferiores e a equipe não conseguia se impor. Em Caxias, conseguiu. Foi um Grêmio diferente, com um pouco mais de pegada, envolvimento com a causa, disposição para jogar futebol e, vejam só, até jogadas ensaiadas.

BRESSAN E ALEX TELLES

Cris não é mais titular do Grêmio. André Santos sequer deve vestir a camisa do clube outra vez. Mas o principal foi que os substitutos deram conta do recado. Bressan, sabia-se desde janeiro, é incomparavelmente mais zagueiro do que Cris. Sobre Alex Telles, havia dúvidas. Ainda há, é verdade, mas o jovem demonstrou força de vontade, capacidade técnica e personalidade. Quesitos que André Santos deixou a desejar na curta e apagada passagem pelo clube.

SILAS: PARTE I - O ESQUEMA

Silas conseguiu a proeza de colocar um Náutico sem articuladores em campo. Três volantes davam chutões para os três atacantes, isolados, baterem cabeça. Assim jogou o time pernambucano durante boa parte do jogo. É lógico que não tenha feito gol.

SILAS: PARTE II - O DISCURSO

A declaração de Silas na volta do intervalo foi um tanto curiosa: "vamos tentar manter o placar nesse segundo tempo e, dependendo, buscar um empate". O placar que Silas pretendia manter era a derrota parcial de 1x0. Imagino a cara dos jogadores no vestiário.

A Rádio Galera da Web transmitiu a partida com narração de Eduardo Souza, comentários deste que vos escreve e reportagens de Diego Macagnan e Nelson Cerqueira.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Internacional 4x1 Igrejinha (S-20)

Internacional: Jandrei; Willian, Thales, Marlon Bruno (Alan Baldi) e Caíque; Índio (João Afonso), Jair, Nathan (Andrigo), Valdívia e Murilo (Kelvy); Maurides (Bruno Baio). Técnico: Osmar Loss.

Igrejinha: Railson; Matheus Schimidt (William Oliveira), Wellington, Kevin (Vinícius Baggio) e Guilherme; Lucas, Kauê, Leone, Lucas Jung (Colombo) e Gabriel Lima (Cleílson); Maique. Técnico: Everton Luiz.

Gols: Jair (INT - 16'1º), Thales (INT - 25'1º), Kelvy (INT - 28'1º), Maique (IGR - 33'2º) e Andrigo (INT - 37'1º).

PREDEFINIÇÕES

Não se pode analisar uma única partida de categorias de base com uma visão definitiva sobre qualquer jogador. São meninos, jovens, portanto irregulares e ainda em processo de formação. O cuidado é necessário para qualquer comentário.

VALDÍVIA, O MELHOR EM CAMPO

Valdívia, exceto pela fragilidade física, me parece o jogador "mais pronto" daqueles que estiveram em campo para subir aos profissionais. Trata-se de um meia rápido, de movimentações inteligentes e boa visão de jogo. Todas as bolas paradas do Inter são de responsabilidade dele - os gols de Kelvy e Andrigo saíram assim.

JAIR, UM VOLANTE MODERNO

O volante Jair fez um primeiro tempo monstruoso. Além de abrir o placar, demonstrou vigor na marcação, boa saída de jogo e poder de infiltração na área adversária. É o que chamam de "volante moderno".

THALES, UM LÍDER NA DEFESA

Thales é o capitão da equipe. Um zagueiro firme que não brinca em serviço. É nítido que todos os jogadores tem nele um líder dentro de campo. É Thales quem coordena o sistema defensivo e organiza na base dos gestos e da compreensão as saídas de jogo.

ANDRIGO, A PROMESSA

Desde os 13 ou 14 anos que Andrigo, hoje com 18, é tratado como grande promessa nas categorias de base do Inter. É reserva na equipe sub-20 de Osmar Loss, mas ingressou na partida de Alvorada no segundo tempo, devolveu a boa movimentação que a equipe conseguia na etapa inicial e fechou o placa. Pelo pouco que se viu, agradou.

A Rádio Galera da Web transmitiu a partida com narração de Eduardo Souza, comentários deste que vos escreve e reportagens de Elias Costa e Rafael Passos.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Santa Cruz PE 0x0 Internacional

Santa Cruz PE: Tiago Cardoso; Everton Sena, Renan Fonseca, Willian e Tiago Costa (Nininho); Ânderson Pedra, Sandro Manoel, Raul (Danilo Santos) e Renatinho; Flávio Caça-Rato (Caio Tavera) e Dênis Marques. Técnico: Marcelo Martelotte.

Internacional: Muriel; Gabriel, Rodrigo Moledo, Juan e Fabrício; Airton, Willians, Fred e Vitor Júnior (Otávio); Forlán (Caio) e Leandro Damião (Rafael Moura). Técnico: Dunga.

Foto: Aldo Carneiro

O INTER SEM D'ALE

Impressionante a falta que D'Alessandro faz ao time colorado. Sem ele, além de perder o referencial técnico de organização no meio-campo, a equipe muda seu estilo de jogo, altera o andamento de suas jogadas e parece órfã de um cadenciador de movimentos ofensivos. Vitor Júnior não foi uma boa escolha para substituí-lo. Forlán não conseguiu auxiliar a armação de jogadas como deveria e Leandro Damião, isolado, viu-se obrigado a sair da área. Não funcionou. O Inter sem D'Ale é um Inter preocupante.

BEM-VINDOS À INGLATERRA DOS ANOS 1980

Diretamente relacionada a ausência de D'Alessandro esteve a nítida preferência do Inter por alçar bolas na área do Santa Cruz. Ao invés de procurar a finalização, o time buscava espaço para cruzamentos. Até Damião tentou cruzar, o que evidentemente não deu certo - é ele quem precisa receber esse tipo de bola, não buscá-la. Quando a equipe notou que sem o camisa dez não conseguiria ingressar trocando passes na zaga adversária, a "solução" encontrada foi essa.

MÉRITOS A DUNGA

Uma das várias máximas do futebol: "técnico que mexe bem é porque escalou mal". Ok, compreensível, mas não a encaro como verdade indiscutível. Na partida do Arruda, entretanto, essa análise simplista pode ser aplicada. Otávio e Caio entraram na etapa final e modificaram o panorama do jogo. A partida, até então equilibrada, passou a ter amplo domínio do Internacional. Com movimentações fortes, jogadas verticais e qualidade individual, Otávio e Caio participaram diretamente de jogadas que obrigaram Tiago Cardoso a praticar pelo menos duas intervenções importantíssimas. Méritos a Dunga, que escalou mal mas mexeu muito bem.

AS DUAS FACES DO SANTA CRUZ

Visivelmente preocupado com o adversário tecnicamente superior, Marcelo Martelotte sacou Luciano Sorriso do time titular - o jogador começara a ampla maioria dos jogos na temporada - para promover o ingresso de Sandro Manoel, volante de marcação. O resultado foi positivo: o Santa conseguia marcar os avanços sem objetividade do Inter e ainda por cima criava boas oportunidades ofensivas. Quando Martelotte pensou que "o bicho não é tão feio quanto parece", os pernambucanos se adiantaram perigosamente e por pouco não perderam a partida nos minutos finais. Certamente a lição foi aprendida para o jogo de volta, em solo gaúcho.

OS OUTROS NOVENTA

A partida de volta, a ser disputada provavelmente em Caxias do Sul, será absolutamente diferente se comparada ao jogo do Arruda. O Inter jogará "em casa", ao lado de sua torcida, enfrentará um time acoado, sem grande resistência técnica, e terá D'Alessandro. O Santa Cruz não é uma equipe forte e não é favorita nem mesmo na Série C.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Fabiano Bernardes, comentários deste que vos escreve, reportagem de João Batista Filho e plantão de Kalwyn Corrêa.